Se você está começando no mundo das criptomoedas, já deve ter visto o termo “supply”. No famoso site “Coinmarketcap“, que mostra os preços em tempo real das criptomoedas, aparece os termos “Circulating supply” e “Max supply”. O que isso tudo significa afinal?
Supply, do inglês “Fornecimento”, significa a quantidade de moedas (coins) que o projeto possui. Cada projeto de criptomoeda tem uma quantidade de coins ou tokens em circulação. “Circulating supply” é a quantidade de moedas que estão em circulação, enquanto “Max supply” é a quantidade máxima de moedas que será emitida.
O bitcoin, por exemplo, possui o conceito de mineração, onde os computadores que trabalham para verificar as transações ganham recompensas em bitcoin. Esses bitcoins ganhos como recompensa são criados no sistema, ou seja, não existiam antes e passam a existir depois que um minerador é recompensado. Se a cada 10 minutos um minerador é recompensado com 12,5 BTC, isso significa que todos os dias cerca de 1800 bitcoins são adicionados ao supply do bitcoin.
Por isso, o supply em circulação está sempre aumentando. No ano 2020, essa recompensa de 12,5 caiu pela metade, então passaram a ser produzidos 900 bitcoins por dia. Ao logo dos anos, esses valores irão diminuir, de forma que no ano 2100, o máximo supply do bitcoin será atingido (21 milhões de unidades). A partir desse momento, os mineradores passarão a ser recompensados apenas com as taxas das transações.
Cada criptomoeda possui suas próprias regras de supply e curva de emissão, alguns projetos não criam moedas novas (nesse caso, o supply em circulação é igual ao supply máximo), outros projetos estão sempre emitindo moedas e não possuem supply máximo.
Relação entre supply, emissão e preço
O supply de uma criptomoeda possui uma relação direta com o seu preço. Quando menor o supply, maior o preço por unidade de moeda. Mas isso não significa que um supply menor faça um projeto valer mais, apenas significa que a distribuição de dinheiro naquele projeto resulta em valores mais elevados por moeda.
Por exemplo, digamos que existem 100 investidores, cada um com $1000 dólares querendo comprar a criptomoeda X. Isso significa que a criptomoeda X terá um marketcap de $100.000 dólares. Agora, qual será o valor de mercado dessa moeda? Depende do seu supply. Se o supply for de 100.000 moedas, cada moeda valerá $1. Se o supply for de 1.000.000 modas, cada uma valerá $0.1. Mas repare que isso não faz diferença para os investidores. No primeiro caso, cada investidor terá 1000 moedas de $1 cada. No segundo caso, cada investidor terá 10.000 moedas de $0.1 cada.
Isso mostra como o supply influencia a unidade de conta da moeda. Agora, o ganho que você pode ter com a valorização de uma moeda vai depender da qualidade do projeto e da curva de emissão. Se o projeto conquistar mais investidores, significa que mais dinheiro irá entrar, valorizando cada moeda.
No mesmo exemplo anterior, repare que se 50 investidores novos entrarem comprando $1000 dólares cada, o marketcap do projeto passaria a ser $150.000. No primeiro cenário, o valor de cada moeda passaria a ser $1.50. No segundo cenário, passaria a ser $0.15. Para os 100 investidores iniciais, ambos os cenário representam o mesmo aumento percentual de lucro:
$1.50/$1.00 = 50% de lucro.
$0.15/$0.10 = 50% de lucro.
Isso mostra que o supply bruto de uma criptomoeda não tem nada a ver com sua valorização, e é um erro dizer: “tal criptomoeda não é promissora porque seu supply é muito grande…”. Isso não faz sentido algum. O que importa é se novos investidores vão entrar, independentemente do supply.
Agora, o que faz diferença em termos de supply é a curva de emissão. Afinal, você precisa comparar a quantidade de moedas que está em circulação hoje com a quantidade que estará em circulação quando você for vender, pois essa diferença pode alterar o preço. Moedas que se inflacionam muito vão ter seu valor reduzido. É esse o aspecto que precisa ser levado em consideração.
É um erro muito comum de iniciantes julgar um projeto pelo seu supply sem saber do que estão falando. Preste atenção na curva de emissão, não no supply bruto.
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