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É possível transacionar Bitcoin sem precisar de internet?

Reconhecido como o “ouro digital” entre os criptoativos, o Bitcoin é uma moeda digital descentralizada, ou seja, não depende do governo, de bancos ou de grandes corporações para sua comercialização e negociação. Quando comparado ao sistema convencional dos bancos, o Bitcoin apresenta um nível de segurança bastante superior, baseado em rede Blockchain, a qual não apresenta um único ponto de falha, ou seja, um indivíduo que visa atacar a rede deve invadir milhões de computadores ao mesmo tempo ao redor de todo o mundo, tarefa bastante complexa.

Criado em 2008, o Bitcoin tem se destacado ao longo dos últimos anos como alternativa de pagamento em diversos estabelecimentos no âmbito nacional e internacional.

Além de ser amplamente comercializada em grandes centros tecnológicos já há pelo menos 3 anos, como Seul e São Francisco, diversas outras cidades têm registrado um número crescente de estabelecimentos que aceitam o Bitcoin como forma de pagamento, como Praga, na República Tcheca, Buenos Aires, na Argentina, Madri, capital da Espanha, e Nova York, nos Estados Unidos. Essas criptocidades já somam milhares de pontos que utilizam o Bitcoin para transações financeiras, seja para negócios realizados em zonas rurais ou em grandes centros urbanos internacionais, ou mesmo para comprar passagens de avião, roupas, pagar por serviços de advogados e até o cafézinho.

No Brasil, não há um número exato de estabelecimentos que aceitam o criptoativo como forma de pagamento. No entanto, de acordo com estimativas do Coinmap, é possível que esse número já ultrapasse 16.000 pontos físicos e virtuais no país. Em 2019, a estimativa cresceu aproximadamente 13% em relação ao ano anterior, o que revela um forte crescimento e maior popularização da moeda digital.

Transações financeiras por televisão, microfones e rádios de pilha

Em 2019, a empresa israelense Sonarax foi responsável por desenvolver uma forma de pagamento por Bitcoin por meio de televisão, microfones e rádios de pilha. Curiosamente, foi constatado que o pagamento pode ser concluído inclusive por meio de uma caixa de som da JBL comprada na 25 de Março. O CEO da empresa, Benny Saban, acredita que as carteiras de criptomoedas são a grande tendência mundial, e revela uma forte expectativa em relação aos novos projetos da Sonarax, que envolvem o uso da tecnologia e ondas ultrassônicas em frequências sonoras, que permitirão a realização de pagamentos e transações em Bitcoin por dispositivos que tenham uma caixa de som, microfone ou alto-falante, as quais serão concluídas mesmo que não haja sinal de internet.

Saban ainda afirma que a tecnologia inicialmente tem sido desenvolvida com o intuito de conceder soluções em posicionamento interno, QR Codes, autenticação de identificação do usuário e pagamentos por ondas ultrassônicas. Além de ser de fácil implantação, a tecnologia Sonarax não exige nenhum hardware adicional e pode ser integrada por software e utilizada nos mais diversos tipos de sistemas operacionais, incluindo Android, iOS e Windows.

De fato, as ondas de rádio são utilizadas desde o início da humanidade para troca de dados e informações. Por que não abrir essa possibilidade para explorar novas formas de pagamentos utilizando dispositivos como televisão e caixas de som e o Bitcoin como moeda? Explorar essa realidade permitirá diversas vantagens aos seus usuários, como maior transparência, privacidade e segurança, além da maior liberdade de pagamento, controle e menores taxas de transação.

Considerando as novas possibilidades de pagamentos por meio de televisores, caixas de som e luz, a época atual tem sido reconhecida como a era do streaming do dinheiro. O novo padrão de conectividade pode alavancar os pagamentos máquina a máquina (m2m) e representa uma alternativa segura e confiável para a conectividade, uma vez que o som não pode ser comprometido ou interrompido. Esse cenário promove a ascensão da Internet das Coisas, também conhecida como Indústria IoT. Diversas startups, como a japonesa Nayuta, já vêm desenvolvendo métodos de micropagamentos e transações com Bitcoin por meio de harwares configurados para IoT, visando concluir a negociação em tempo real através da rede Lightning Network. Dessa forma, o intuito é atrair a atenção e investimentos de empresas globais na Indústria IoT, que necessita desse impulso para se estabelecer.

Transações financeiras via ondas de rádio

Além disso, atualmente, o Bitcoin tem sido amplamente explorado quanto ao seu potencial para transações financeiras realizadas por meio de televisão, caixa de som ou luz. O desenvolvedor Rodolfo Novak foi o pioneiro em testar o Bitcoin como forma de pagamento utilizando as ondas de rádio. O cofundador da CoinKite, startup relacionada à criação de carteiras de hardware, enviou a transação teste partindo dos Estados Unidos para o Canadá. A ideia inovadora surgiu enquanto Novak, navegando no Twitter, decidiu testar por meio de rádio amador a rede descentralizada Lightning Network, que permite transações com a segurança da rede bitcoin, mas sem necessariamente rodar pelo Blockchain.

A transação foi enviada e recebida com sucesso. As ondas de rádio viajam à velocidade da luz no ar, atingindo 300.000 km/s, e Novak ainda ressaltou a importância de explorar novos canais para que o Bitcoin de fato não seja ameaçado por nenhum tipo de censura, e também para não depender unicamente da rede de internet. Embora o desenvolvimento de equipamentos mais eficientes represente um desafio em termos financeiros e em relação à busca por um rádio e caixas de som que suportem as frequências envolvidas na transação, a iniciativa do empreendedor abriu espaço para possibilidades futuras de métodos de pagamento usando Bitcoin ao redor do mundo.

Com todas essas facilidades e esforços dispensados na popularização do Bitcoin, a moeda digital tem cada vez mais recebido holofotes e interesse dos investidores, e inclusive é considerada por alguns como reserva de valor, que deixam um percentual de seu patrimônio alocado no criptoativo como forma de fugir de bloqueios bancários e crises de moedas fiduciárias e ainda como uma alternativa a possíveis problemas técnicos, políticos e econômicos. Atualmente, novos testes têm sido desenvolvidos a fim de explorar o elevado potencial da moeda e visando conceder novas alternativas de pagamentos.

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